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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Urgente, a crise da carne exige um próprio porta-voz

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21/03/2017 17h50 – Atualizado em 21/03/2017 17h50

Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.

Aconteceu. O fiscal agropecuário federal Gouvea, insatisfeito com o que acontecia no seu trabalho, delatou e entregou um esquema para a polícia. O sindicato dos auditores e fiscais agropecuários já se pronunciou como tendo sido, também, responsável por essa entrega!

Outros segmentos da carne se manifestam. E as próprias empresas mencionadas publicam seus manifestos. O Ministro Blairo Maggi fala do soco na nossa imagem. Enfim, o que fica evidente nesta inesperada e mega surpreendente crise que o agronegócio e o Brasil não precisavam é a ausência de governança e de gestão da cadeia produtiva. Aliás, o conceito filosófico da gênese do agribusiness em Harvard nos anos 50, professores Ray Goldberg e John Davis.

O que precisamos urgente é de um porta-voz da crise. Um fundamental comitê de gestão da crise. E que todas as informações e o verdadeiro tamanho e dimensão do real problema fiquem limitados ao seu espaço, e não amplificados pela comunicação ou pela manipulação de interesses predadores ou detratores dos interesses do país. A competição global vai tirar imenso proveito do fato, os consumidores da carne brasileira levaram uma chifrada de desconfiança. O que era sadio ficou com percepção de insalubre. Enfim, realidade continua sendo aquilo que é percebido. A arte da venda continua sendo a de criar percepções futuras e entregá-las ligadas por um fio umbilical que jamais pode ser desligado do sonho de não ser sonho e sim, realidade. E como Raul Seixas disse: “sonho que se sonha junto é realidade, sonho que se sonha só é só sonho”. Eu só mudaria o final: é só ilusão.

A cadeia produtiva inteira da proteína animal levou uma veemente pancada. Impossível negar. E nesse curral caímos todos. O antes, o dentro e o pós-porteira das fazendas. Como separamos o joio do trigo? Como separamos plantas e empresas éticas e corretas nas quais a menção a ilegalidade não é permitida em nenhum bastidor, de outras em que o “foggy business”, o nebuloso é admitido, desde que utilizando faróis de neblina? Como separamos a categoria dos produtores rurais envolvidos com ciência, tecnologia, bem-estar animal, integração lavoura, pecuária e floresta, sustentabilidade, o boi verde e práticas íntegras em aves, suínos, que entregam produtos dentro das mais elevadas exigências globais, de outros “meia boca”? Pelo menos cooperativas não estão no “rol” desse rolo.

Talvez seja impossível separar essa mistura que uma vez misturada, turve o copo, assim como uma gota de mercúrio cromo numa taça de água cristalina, o manche inevitavelmente!

Mas, crises existem, sempre existirão e esta é somente mais uma. Aprender com ela, enfrentar de frente e saber gerenciar esta crise, pode significar um extraordinário salto na orquestração e liderança do agronegócio brasileiro da proteína animal, que come e consome o outro agro, o vegetal, e que nos tem trazido riquezas para o país e abastecimento seguro para o cidadão brasileiro.

Mas, a hora agora é a de termos um comitê interdisciplinar e reunindo todos os elos da cadeia produtiva (menos aquela que já esta na cadeia, na outra, na da lei), e criarmos uma central de reunião e integração dos dados e dos fatos. E, sim, um ser humano, um porta-voz ou uma porta-voz que tenha credibilidade e independência para poder significar um símbolo de ética e de respeito, no mar das lamas nacionais, feridas expostas a céu aberto da corrupção e fraqueza de caráter. Das carnes fracas, precisamos ver surgir as carnes fortes elevadas com a alma legítima da evolução.

Podemos fazer e podemos sair dessa crise fortes e muito melhores do que antes. Assim espero e assim o Brasil pode e deve agir. Qual Brasil? O nosso país, o nosso Brasil, claro. Meu, seu e de gente que, aos trancos e barrancos, o tem construído, lutado e vencido. Cooperação dos bons. A hora é agora. Presidente Temer mande imediatamente constituir um comitê de gerenciamento da crise, e mande eleger um porta-voz. Eu, recomendaria “uma porta voz”.

Sobre o CCAS

O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no Facebook: http://www.facebook.com/agriculturasustentavel.

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