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quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Marisvaldo afirma que quilombo na Picadinha é uma grande fraude

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01/05/2013

Para Sindicato Rural de Dourados, estudos não têm como apontar quilombo na Picadinha

Estudos foram iniciados ainda no governo de Laerte Tetila, quando um grupo de pessoas de autoentitulou remanescente de Quilombo e ganhou aval do poder público municipal

O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli, voltou a afirmar que a área quilombola apontada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Picadinha é uma grande fraude, a exemplo de outras manobras que estão ocorrendo em todo o Brasil e que, aos poucos, vêm sendo desmascaradas pela imprensa e pela Justiça.
“Desde que a polêmica sobre a existência de uma área remanescente do quilombo em Dourados ganhou o noticiário, tenho me perguntado como pode esta cidade, mais precisamente a região da Picadinha, ter sido habitada por escravos se ninguém, nem mesmo os pioneiros deste município, testemunhou ou, pelo menos, ouviu falar da existência do tal quilombo?”, questiona.
“Para tentar entender esta questão vamos nos ater aos fatos históricos: durante todo século 19 e parte do século 20, esta região que hoje abriga a cidade de Dourados teve como principal base econômica o extrativismo da erva-mate, atividade que durante décadas foi explorada pela Companhia Mate Laranjeira, que por manter relações comerciais com a Inglaterra era proibida de explorar mão de obra escrava”, analisa.
Marisvaldo enfatiza que pressionado pela coroa inglesa, o governo brasileiro decretou em 1850 a extinção do tráfico negreiro, dando o primeiro passo para o fim da escravidão no Brasil. “Acompanhando a tendência que se firmava na região Sul do país, que desde 1870 passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros no lugar dos escravos, os demais Estados também limitaram o uso de mão-de-obra escrava”, conta.
O ruralista lembra que em 28 de setembro de 1871, um ano após o fim da Guerra da Tríplice Aliança que havia começado em 1864 e que atingiu diretamente a região de Dourados, foi declarada a Lei do Ventre-Livre, que tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgação. Catorze anos depois, em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou Lei dos Sexagenários, que dava liberdade aos negros com mais de 65 anos de idade.
A defesa dos produtores rurais da Picadinha é feita por Marisvaldo com base em fatos históricos. “Ora, se no dia 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que abolia de vez a escravidão no Brasil, fica claro que antes da Guerra do Paraguai a região não concentrava qualquer quilombo e que os escravos não teriam tempo de organizar uma comunidade entre o fim da guerra, em 1870 e a abolição da escravidão, em 1888”, explica o ruralista.
Para Marisvaldo Zeuli pode estar ocorrendo em Dourados a mesma fraude verificada no processo de reconhecimento de uma área quilombola, no Estado da Bahia, onde um grupo de afro-brasileiros forjou uma situação quilombola para tentar tomar posse da terra que era legitimamente titulada. “Quem garante que o processo número 54290.000373/2005-12, aberto pelo Incra para averiguar se a região da Picadinha é remanescente dos quilombolas também não é uma fraude?”, questiona.
O presidente do Sindicato Rural promete ir às últimas conseqüências para defender o produtor. “Estão querendo tirar a terra que tem, inclusive, o título de propriedade, de gente trabalhadora que conquistou com esforço e muito suor tudo o que tem na vida; gente que transformou aquele pedaço de terra em um dos mais produtivos da região; gente que tem identidade e vocação para cultivar e tirar o melhor que a terra pode oferecer para alimentar, para crescer e para trazer desenvolvimento”, finaliza Marisvaldo.

Marisvaldo Zeuli reafirma que nunca existiu quilombo na Picadinha, em Dourados (Foto: Marcos Santos)

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