16/11/2020 15h12 – Atualizado em 16/11/2020 15h12
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Entrevista com Fabiano Tito Rosa – Diretor de Compras da Minerva Foods sobre o Programa de Eficiência de Carcaça
O Programa de Eficiência de Carcaça (PEC) da Minerva Foods, com a participação de mais duas empresas, a Phibro Animal Health e a Biogénesis Bagó, visa provocar nos pecuaristas um estimulo economico no sentido de produzirem animais com mais qualidade e que possa atender a mais mercados. Com o animal representa 85% do custo da indústria, é preciso explorar o máximo dessa matéria prima.
De acordo com o diretor de compras da Minerva Foods, Fabiano Tito Rosa, o programa surgiu em função do aumento das exigências do mercado. “Nós sabemos que anos atrás os mercados eram menos exigentes e conseguíamos atender quase todos os contratos com qualquer matéria-prima, sendo que o foco da indústria sempre foi custo”, afirma.
A indústria foi percebendo essa mudança no comportamento de compra dos países e decidiu trabalhar esse ganho de qualidade da carcaça junto com o pecuarista. “A qualidade é feita no campo e a indústria tem que fazer o trabalho dela bem feito para não estragar o que foi conquistado no campo. Nós precisamos se aproximar do produtor para ter um acabamento final de melhor qualidade”, destaca.
O programa contou com 728 pecuaristas que se inscreveram, 567 criadores enviaram animais para abate nas unidades de Araguaína (TO), Palmeiras de Goiás (GO), José Bonifácio (SP) e Mirassol D’Oeste (MT), entre março e agosto de 2020. “O primeiro ano do projeto contamos apenas com duas plantas e com a chegada da Phibro e Biogêneses ampliamos para mais duas unidades”, ressalta.
A matéria prima para a indústria ficou cara diante da valorização da arroba, mas para isso se equilibrar tem que ter um ganho na qualidade do animal. “Por isso, é fundamental ter um produto de qualidade e que atenda todos os mercados e nos falamos muito com os pecuaristas sobre essa questão e a importância do programa”, informou o Tito Rosa.
Com os valores das exportações variando a cada semana diante do câmbio, nem sempre um único mercado é que o melhor remunera. “A China é um mercado importante e que remunera bem, mas hoje os chineses estão pagando preços relativamente baixos se comparado ao final do ano passado. Para alguns cortes específicos não é a China o melhor destino”, aponta.
Tito explica que o boi está deixando de valer só o quanto pesa, sendo que é fundamental ter acabamento de gordura e o período do ano que esse gado é comercializado. Por outro lado, a novilha sempre valeu menos que o macho por ser mais leve e aumenta o custo fixo da indústria. “Nós começamos a perceber que o preço da novilha compensa a perda que ela nos traz em custo fixo por ela prover um produto de mais qualidade e permite atender mercados mais exigentes”, aponta.
Por: Alexandro Santos
Fonte: Notícias Agrícolas