09/04/2021 17h58 – Atualizado em 09/04/2021 17h58
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Entrevista com Lígia Heise – Consultora Sênior em Gerenciamento de Risco da StoneX sobre o Mercado do Açúcar e Etanol
O mercado do açúcar na Bolsa de Nova York encerra esta semana com valorização de mais de 5%, após quedas recentes, cotado em cerca de US$ 15 c/lb, acompanhando a movimentação dos fundos e informações da safra nas origens produtoras. Apesar disso, não há grandes novidades nos fundamentos que possam fazer com que as cotações subam ainda mais.
“Com os fundamentos atuais, o espaço para novas altas é pequeno. O que poderia eventualmente mudar e trazer um vigor mais altista para o mercado seria algum problema na safra do Centro-Sul com coronavírus ou até mesmo um agravamento do cenário de clima”, pontua Lígia Heise, consultora sênior em gerenciamento de risco da StoneX.
O mercado também estará atento nas próximas semanas para as informações da safra em importantes origens internacionais, principalmente na Europa e Ásia. A safra de beterraba da França, inclusive, foi impactada nos últimos dias com o frio. “A gente acha que o efeito para a safra vai ser pequeno porque está no começo e vão replantar parte das áreas”, explica Lígia.
A StoneX estima a safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil em cerca de 586 milhões de toneladas, com uma queda de cerca de 3% no volume ante a última temporada. A produção de açúcar também deverá cair, para 36,1 milhões de t, e o etanol pode totalizar 29 bilhões de litros. O ATR médio deve ter uma queda safra-a-safra de 3,5%, ficando em 139,7 kg/t.
“A gente enxerga que essa vai ser uma safra de menos oferta de etanol e mais demanda, apesar de ela estar começando fraca”, pontua a analista.
ETANOL
O mercado do etanol no Brasil chegou a recuar nas últimas semanas, mas os preços nas usinas voltaram a ficar firmes nos últimos dias. “Nesse momento, ainda não tem muitas usinas rodando, à medida que mais comecem, vai ser difícil sustentar esse patamar de preço. Isso deve ocorrer até um pouco mais tarde do que seria o habitual”, pontua Lígia.
“Quanto mais os preços caírem nessa entrada de safra, maior a tendência deles subirem lá na frente”, complementa a analista.
Por: Alexandro Santos
Fonte: Notícias Agrícolas