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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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ABCS debate a o papel da política agrícola no crescimento e na sustentabilidade da agropecuária brasileira

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20/05/2021 20h54 – Atualizado em 20/05/2021 20h54

Imagem: Gazeta do Campo

Durante a segunda edição do Seminário de Mercado de Grãos, “caminhos para a redução nos custo de produção” que ocorreu de forma online na última terça-feira (18), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) debateu o papel da política agrícola no crescimento e na sustentabilidade da agropecuária brasileira ao lado do Subsecretário do Ministério da Agropecuária, Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Angelo, e do Presidente da Câmara Setorial de Crédito, Seguro e Comercialização do MAPA, Fernando Pimentel. O Seminário foi conduzido pelos consultores da ABCS, Ana Paula Cenci e Iuri Pinheiro Machado. Para contextualizar, Iuri explicou que: “Até pouco tempo atrás a suinocultura esperava o crédito disponibilizado pelo Plano Safra, sempre pleiteando juros baixos e prazos longos nas diferentes linhas de crédito subvencionado. Mas hoje, em função de várias mudanças na economia e do próprio governo, o cenário é diferente.” Sendo assim, os palestrantes trouxeram as visões das instituições, analisaram o cenário atual e trouxeram também alternativas para o segmento do agronegócio.

José Angelo abriu o painel falando sobre crédito privado para o agronegócio, mas antes se preocupou em explicar a visão do MAPA no assunto, que segundo ele são: desenvolver os mercados financeiros para o setor, racionalizar o apoio e a presença do Estado no agronegócio, fomentar a profissionalização, governança e sustentabilidade entre os produtores, aumentar o funding para o agro, assim como a atividade econômica e a arrecadação. Ele fez também uma análise no mercado de crédito para as atividades empresariais, que para ele é caro, engessado e possui mercado de capitais ainda iniciante, o que acarreta num excesso de controle, burocracia e conservadorismo. Para Angelo, o que falta para o agro ter um mercado de crédito a sua altura é: “Facilidade para operar com liberdade, simplicidade e baixo custo. Risco quantificável, transparência e segurança jurídica.”

Em seguida, Fernando Pimentel assumiu para falar sobre o setor de grãos e explicar o porquê a maioria das políticas públicas se direciona a esse meio. “Hoje no Brasil mais de 50% dos recursos que chegam para a produção agrícola não vem de bancos e fundos, pois o Brasil tem pouco seguro rural. Menos de 12% da nossa área cultivada possui seguro rural, diferente de outros países na América e na Europa.” Ele conta que o Estado vem trabalhando há muito tempo no sentido de dar condições para a iniciativa privada, abrindo espaço para financiadores e criando alternativas para trazer o mercado de capitais e dos bancos para a agricultura e para o agronegócio. “Essa é uma forte tendência. Algumas leis e legislações têm dado passos importantes nesse sentido. O Estado Brasileiro quer descentralizar o crédito, pois ele não tem recurso para carregar todo o crédito rural. Os segmentos da economia agrícola vão ter que buscar as suas soluções, e vocês enquanto suinocultura independente podem começar a olhar as estruturas possíveis, começando a construir soluções financeiras alternativas, sendo proativos e pensando em estruturas coletivas de captação de fundos. Tem que começar a pelo menos ter outra alternativa ao auxílio estatal. O agronegócio é atrativo, foi um segmento que reagiu bem a pandemia, a resiliência do agro chama a atenção do mercado financeiro de capitais.”

Para concluir, ele explicou também o papel das legaltechs e das fintechs como possíveis alternativas, e enumerou aspectos importantes para atuar no mercado regulado, como o financeiro e de capitais. “É preciso construir uma cultura de negócio, tem que ter governança, gestão de risco, credibilidade e padronização e automação de processos e assessoria jurídica especializada.”

Por: Alexandro Santos

Fonte: ABCS

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