Imagem: Gazeta do Campo
Os futuros do milho negociados na B3 dispararam nesta terça-feira (10) depois da derrocada da sessão anterior. O mercado encerrou o dia com ganhos de até 3,85%, como foi o caso do contrato novembro/22, que chegou a R$ 99,90 por saca. Nos vencimentos do início de 2022 os preços voltaram ao patamar dos R$ 100,00, levando o janeiro a R$ 102,48 e o março a R$ 102,50/saca.
Os preços retomaram o fôlego, se recuperando das baixas muito agressivas da sessão anterior e tambpem refletindo uma demanda ainda forte pelo cereal brasileiro, principalmente por conta da falta de oferta da Ucrânia em função da continuidade da guerra.
E embora haja uma considerável pressão do lado da oferta, a demanda pelo milho brasileiro deve continuar sendo bastante forte, sendo pilar importante de suporte às cotações. A continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia mantém a oferta ucraniana e, pelo menos, 20 milhões de toneladas do cereal da Ucrânia fora do mercado.
Além disso, a alta do dólar frente ao real também favorece o milho do Brasil e o deixa mais atrativo aos importadores. Entretanto,
“Os preços nos portos hoje são extremamente remunerados. E indepedente do tamanho da nossa safrinha, ela será suficiente para uma exportação muito maior para termos que desovar um volume muito maior do que foi no ano passado”, afirma o analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael.
Na Bolsa de Chicago, os futuros do cereal terminaram o dia com pequenas altas. Os ganhos variaram de 2 a 8,25 pontos nos principais contratos, levando o julho a US$ 7,75 e o setembro a US$ 7,35 por bushel.
Assim como na B3, o mercado do milho também encontrou espaço para se recuperar depois das últimas perdas, que foram intensas na CBOT. No centro das atenções permanece o clima no Corn Belt.
Os últimos números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o progresso do plantio 2022/23 mostram que há ainda um considerável atraso nos trabalhos de campo no país, em especial se a comparação se der com a média dos últimos cinco anos. A expectativa, porém, é de que a semeadura tome mais ritmo a partir desta terça, com condições melhores de clima esperadas para o Corn Belt. O meio-oeste americano deverá registrar dias mais secos e quentes, acelerando – caso se confirmem – os processos.
Os mapas trazidos pelos Commodity Weather Group (CWG) nesta terça-feira (10) mostram que o período dos próximos cinco dias – de 10 a 14 de maio – deverá ser de temperaturas acima da média e chuvas abaixo.
Por: Alexandro Santos
Fonte: Notícias Agrícolas