Imagem: Divulgação
A terça-feira (18) foi de volatilidade para as cotações da soja na Bolsa de Chicago, mas com o mercado operando durante todo o pregão em campo negativo. No encerramento dos negócios, os futuros da oleaginosa perderam de 7,75 a 8,75 pontos nos principais contratos, levando o março a US$ 13,62 e o maio a US$ 13,71 por bushel.
O mercado do grão acompanhou o farelo, que cedeu mais de 3% na CBOT somente nesta sessão. O primeiro contrato fechou o dia com recuo de 3,67% e valendo US$ 390,70 por tonelada curta.
Assim como no grão, a pressão para o derivado veio da melhora no cenário climático que começa a ser registrada na Argentina. As chuvas do último final de semana, desta segunda e terça-feiras pesaram sobre o mercado, mesmo chegando tarde para algumas regiões produtoras e ainda de forma mal distribuída. Os volumes, porém, foram importantes e favoreceram importantes regiões produtoras.
“As chuvas desta segunda na Argentina foram muito boas, cobrindo grande parte da província de Buenos Aires, centro de Santa Fe, norte de Córdoba e Entre Rios variando de 30 a 50 mm. Nas outras regiões as chuvas foram de 5 a 10 mm. Essas chuvas, mais as projetadas para essa semana estão derrubando os preços na CBOT”, explica o diretor do grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
E as previsões para os próximos 10 dias seguem mostrando melhores condições ainda de chuvas não só para a Argentina, mas também para o Sul do Brasil e alguns pequenos volumes para o Paraguai, como mostra o levantamento da Labhoro.
“As chuvas se consolidam na Argentina – com grandes volumes para a divisa de Córdoba, Santa Fé
e Buenos Aires – e voltam aos poucos no Rio Grande do Sul. Leste do Paraná e Santa Catarina, sul de Minas Gerais também devem ter bons acumulados, enquanto a seca continua no extremo oeste paranaense e sul de Mato Grosso do Sul. Paraguai tem chuvas leves no sul da
região produtora”, mostra a consultoria.
Clima AMS 10 dias
Caso estas previsões se confirmem, principalmente as chuvas para Argentina, sul do Brasil e Paraguai, o mercado, segundo explicam analistas e consultores, tende a seguir levemente pressionando, com os traders e fundos especuladores retirando parte do prêmio de risco climático que vinha sendo colocado sobre as cotações durante os períodos de seca ainda mais agressiva.
Mesmo com essas precipitações, porém, o mercado ainda observa uma oferta de soja conideravelmente menor chegando da América do Sul. Mais do que isso, novos negócios não têm aparecido muito frequentemente nos três principais produtores sul-americanos e esse também é um ponto de atenção do mercado, tanto em Chicago, quanto localmente.
Os produtores evitam comprometer volumes maiores de soja da safra nova frente as perdas que continuam a ser contabilizadas no campo. No Brasil, principalmente o sojicultor do sul evita avançar com a comercialização para não ter de, na sequência, ter de renegociar seus contratos por falta de produto.
Por: Alexandro Santos
Fonte: Notícias Agrícolas